
Música
Ao Mestre Pixinguinha
O homem carinhoso que renovou a música brasileira
Abaixo, quatro dos muitos antológicos clássicos do pai de todos os chorões.
Rosa - com Orlando Silva -YouTube
"Rosa"
Tu és divina e graciosa
Estátua majestosa do amor
Por Deus esculturada
E formada com ardor
Da alma da mais linda flor
De mais ativo olor
Que na vida é preferida pelo beija-flor
Se Deus me fora tão clemente
Aqui nesse ambiente de luz
Formada numa tela deslumbrante e bela
Teu coração junto ao meu lanceado
Pregado e crucificado sobre a rósea cruz
Do arfante peito teu
Tu és a forma ideal
Estátua magistral. Oh, alma perenal
Do meu primeiro amor, sublime amor
Tu és de Deus a soberana flor
Tu és de Deus a criação
Que em todo coração sepultas um amor
O riso, a fé, a dor
ROSA
Pixinguinha e Otávio de Souza
Alfredo da Rocha Viana Filho, nasceu no Rio de Janeiro, e era o caçula de uma família com 14 irmãos. Pinzindim, como era chamado pela família, demonstrava toda a habilidade na flauta ao incorporar improvisos que o tornaram famoso em todas as rodas de choro. Em 1917, quando tinha apenas 17 anos de idade, Pixinguinha compôs ROSA, valsa originalmente intitulada "Evocação". Anos depois, a composição ganha românticos versos de OTÁVIO DE SOUZA, que segundo Pixinguinha, foi "um mecânico do bairro do Engenho de Dentro, muito inteligente que morreu novo". Gravada em 1937 por ORLANDO SILVA, ROSA tornou-se uma das pérolas do nosso cancioneiro.
Em sândalos olentes cheios de sabor
Em vozes tão dolentes como um sonho em flor
És láctea estrela
És mãe da realeza
És tudo enfim que tem de belo
Em todo resplendor da santa natureza
Perdão se ouso confessar-te
Eu hei de sempre amar-te
Oh flor meu peito não resiste
Oh meu Deus o quanto é triste
A incerteza de um amor
Que mais me faz penar em esperar
Em conduzir-te um dia
Ao pé do altar
Jurar, aos pés do onipotente
Em preces comoventes de dor
E receber a unção da tua gratidão
Depois de remir meus desejos
Em nuvens de beijos
Hei de envolver-te até meu padecer
De todo fenecer
CARINHOSO
Pixinguinha e João de Barro
É de se admirar, mas a sofisticação e inovações melódicas de Pixinguinha nem sempre foram compreendidas. É o caso do samba-choro CARINHOSO, que foi composto por ele em 1923, quando tinha 26 anos de idade. Escrito em duas partes, e não em três, como era de costume, Pixinguinha sabia que seria alvo de duras críticas, deixando a obra guardada por 14 anos.
Em 1937, CARINHOSO ganhou versos inspirados de JOÃO DE BARRO, o BRAGUINHA, e no dia 28 de maio do mesmo ano, foi gravado por Orlando Silva, já que Francisco Alves e Carlos Galhardo não a quiseram.
Alcançando sucesso irrevogável, CARINHOSO tornou-se universal, sendo gravada por músicos e intérpretes de vários gêneros musicais. É presença obrigatória em qualquer lista das melhores músicas brasileiras.
No vídeo, temos a impecável interpretação de MARISA MONTE e PAULINHO DA VIOLA para o clássico CARINHOSO. A gravação faz parte do documentário 'Paulinho da Viola - Meu Tempo é Hoje', de 2003. Um acalanto até para os corações mais endurecidos...
"Carinhoso"
Meu coração, não sei por quê
Bate feliz quando te vê
E os meus olhos ficam sorrindo
E pelas ruas vão te seguindo
Mas mesmo assim foges de mim
Ah, se tu soubesses
Como sou tão carinhoso
E o muito, muito que te quero
E como é sincero o meu amor
Eu sei que tu não fugirias mais de mim
Vem, vem, vem, vem
Vem sentir o calor dos lábios meus
À procura dos teus
Vem matar essa paixão
Que me devora o coração
E só assim então serei feliz
Bem feliz
Carinhoso - com Marida Monte e Paulinho da Viola -YouTube
UM A ZERO
Pixinguinha e Benedito Lacerda
Após trocar a flauta pelo saxofone, Pixinguinha e BENEDITO LACERDA gravaram inúmeros choros, entre eles UM A ZERO, composto em 1919 para celebrar a sofrida conquista da Seleção Brasileira sobre o Uruguai no Campeonato Sul-Americano de Futebol. Gol de Friedenreich!
A música ganhou letra de NELSON ÂNGELO, violonista do CLUBE DA ESQUINA, mas iremos ouví-la com o grupo ARRANCO DE VARSÓVIA. Um golaço!!!!
"Um a Zero"
Vai começar o futebol,pois é,
Com muita garra e emoção
São onze de cá, onze de lá
E o bate-bola do meu coração
É a bola, é a bola, é a bola,
É a bola e o gol!
Numa jogada emocionante
O nosso time venceu por um a zero
E a torcida vibrou
Vamos lembrar
A velha história desse esporte
Começou na Inglaterra
E foi parar no Japão
Habilidade, tiro cruzado,
Mete a cabeça, toca de lado,
Não vale é pegar com a mão
Um a Zero - com o grupo Arranco de Varsóvia -YouTube
E o mundo inteiro
Se encantou com esta arte
Equilíbrio e malícia
Sorte e azar também
Deslocamento em profundidade
Pontaria
Na hora da conclusão
Meio-de-campo organizou
E vem a zaga rebater
Bate, rebate, é de primeira
Ninguém quer tomar um gol
É coisa séria, é brincadeira
Bola vai e volta
Vem brilhando no ar
E se o juiz apita errado
É que a coisa fica feia
Coitada da sua mãe
Mesmo sendo uma santa
Cai na boca do povão
Pode ter até bolacha
Pontapé, empurrão
Só depois de uma ducha fria
É que se aperta a mão
Ou não!
Vai começar...
Aos quarenta do segundo tempo
O jogo ainda é zero a zero
Todo time quer ser campeão
Tá lá um corpo estendido no chão
São os minutos finais
Vai ter desconto
Mas, numa jogada genial
Aproveitando o lateral
Um cruzamento que veio de trás
Foi quando alguém chegou
Meteu a bola na gaveta
E comemorou
INGÊNUO
Pixinguinha, Benedito Lacerda e Paulo César Pinheiro
INGÊNUO, choro favorito de Pixinguinha, também foi composto em 1946 e teve parceria de Benedito Lacerda.
Ganhou mais tarde, a pedido do próprio Maestro, letra do poeta PAULO CÉSAR PINHEIRO, façanha anteriormente tentada por Jacob do Bandolim sem sucesso.
De ritmo dolente e sereno, INGÊNUO é considerado por muitos músicos um dos choros mais difíceis de Pixinguinha.
Retirado do disco "Uma Rosa para Pixinguinha" de 1983, ouvimos a divina ELIZETH CARDOSO acompanhada pela Camerata Carioca, com arranjos do maestro Radamés Gnattali.
Lindo demais!
Ingênuo - com Elizeth Cardoso -YouTube
"Ingênuo"
Eu fui ingênuo quando acreditei no amor
Mas, pelo menos jamais me entreguei à dor...
Chorei o meu choro primeiro
Eu chorei por inteiro pra não mais chorar
E o meu coração permaneceu sereno
Expulsando o veneno pelo meu olhar...
... eu procurei me manter como Deus mandou
Sem me vingar que a vingança não tem valor
E depois também perdoar a quem erra
É ser perdoado na Terra
Sem ter que pedir perdão no céu.
Eu não quis resolver
Eu não quis recusar
Mas do amor em ruína, uma força termina
Por nos dominar e depois proteger
Dos abismos que a vida traçar
Quando o tempo virar o único mal
E a solidão começa a ser fatal...
Eu não quis refletir, não
Eu não quis recuar, não
Eu não quis reprimir, não
Eu não quis recear...
Porque contra o bem nada fiz
E eu só quero algum dia
Ser feliz como eu sou infeliz...

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Bizuradas
"Trio das Quartas"
quarta, 13/06/18
Horário: 19:30
Rua Raimundo Corrêa,10-Copacabana
Preço: não informado
Gênero: choro, mpb, samba, bolero
Tel: 2547-1670
"Trio das Quartas"
domingo, 17/06/18
Horário: a partir das 13h
Rua Visconde de Itaboraí, 8 - Centro
Preço: entrada franca
Gênero: musical
Classificação: LIVRE
"Orquestra Petrobrás Sinfônica - O Clássico é Futebol "
quinta, 14/06/18
Horário: 20h
Rua Álvaro Alvim, 33 - Cinelândia
Preço: gratuito
Gênero: instrumental
Classificação: 16 anos
"Coro de Câmara da Escola de Música Villa-Lobos"
sex, sáb, dom, 15, 16, 17, 22 e 23/06/18
Horário: 19h
CCC - Centro Cultural Correios
Rua Visconde de Itaboraí, 20 - Candelária
Preço: 15 (meia)
Gênero: show Bitucando (homenagem a Milton Nascimento)
Classificação: LIVRE
"MPB - A Era dos Festivais com Soraya Ravenle"
quinta, 14/06/18
Horário: 20h
Estrada da Gávea, 899 - São Conrado
Preço: 40 (meia)
Gênero: forró
Classificação: LIVRE
"Aracy de Almeida, a Rainha dos Parangolés"
terça, 12 e 26/06/18
Horário: 19h
CCJF - Centro Cultural Justiça Federal
Av. Rio Branco, 241 - Cinelândia
Preço: 15 (meia)
Gênero: show com Marcos Sacramento e Luiz Flavio Alcofra
Classificação: LIVRE
"Orquestra Pró-Arte & Gabriel Grossi"
sexta, 15/06/18
Horário: 21h
Rua Prudente de Morais, 824 - Ipanema
Preço: 15 (meia)
Gênero: instrumental (obras-primas do maestro Tom Jobim)
Classificação: LIVRE
"Flor de Manacá"
sábado, 16/06/18
Horário: 16h
Rua Domingos Ferreira, 160 - Copacabana (pátio)
Preço: gratuito
Gênero: forró
Classificação: LIVRE
"Eduardo Dussek convida Silvia Machete"
quarta, 20/06/18
Horário: 19h
Rua do Passeio, 38/40 - Passeio
Preço: 25/ 30 (meia)
Gênero: show -Projeto Música das 7
Classificação: LIVRE
"Mano que Zuera João Bosco"
quinta, 21/06/18
Horário: 19h
Av. República do Chile, 100 - Centro
Preço: gratuito (senhas distribuídas uma hora antes)
Gênero: show MPB (voz e violão)
"Arraiá do Circo com Geraldo Azevedo"
sexta e sábado, 29 e 30/06/18
Horário: abertura dos porões às 22h
Rua da Lapa s/nº - Arcos da Lapa
Preço: 1º lote 100 (inteira)
Gênero: musical
Classificação: 18 anos